sábado, 8 de agosto de 2009

Alone

De uns dias pra cá, eu venho pensando muito sobre tudo. As pessoas a minha volta, o que eles pensam o que eu penso sobre elas, o que elas devem pensar do mim, o que eu aparento ser. Não sei dizer se é bom o mal, mas eu me vi tentando ser normal. Por mais que as pessoas me chamem de louca e tudo mais, eu tento ser normal. Não no meu jeito de pensar – pois sou completamente incoerente, não só nos meus pensamentos, como no meu jeito de agir – mas no que eu sou realmente por dentro.

Descobri que ninguém realmente me conhece. Eu pareço ser uma pessoa insana, fútil e oca. Percebi que ninguém nem ao menos tem ideia do que eu penso ou simplesmente gosto ou desgosto.Ninguém sabe que eu me importo com as pessoas que não tem o que comer, que toda a vez que eu vejo alguém na rua pedindo comida me da vontade de chorar, que quando eu vejo um cachorro ou gato abandonado me da vontade de levar para casa, que quando eu vejo pessoas sorrindo, me da vontade de sorrir também, quando sinto que as pessoas estão tristes eu faço palhaçada para elas tentarem rir, ninguém sabe que eu não escrevo para mostrar que eu sou melhor do que alguém, mais que isso é uma das coisas que eu tenho mais orgulho em mim, por poder expressar o que eu sinto para alguém e esse alguém me entender, que quando recebo uma reviews, é como se eu tivesse ganhado na loteria, ninguém sabe que eu escrevo fics de drama por que eu me sinto sozinha, ninguém sabe que eu gosto de estar sozinha por que sinto que se eu me aproximar demais de alguém e me apegar, eu sei que não vai ser para sempre.

Ninguém sabe que eu tenho medo de amar por medo de sofrer. Sim, eu sei, sou uma covarde, que só tenta pensar na lógica, que não arrisca ser feliz. Mesmo eu já sendo feliz assim, mesmo sabendo que eu ainda nem descobri nada sobre felicidade nos braços de ninguém. Percebi que não sabem que eu olho as estrelas e sorrio a elas, como se as mesmas pudesse me ver, que a lua pra mim é como uma caixa de segredos, onde eu posso confessá-los e não serem contados a mais ninguém. Descobri que as pessoas dão mais valor ao que elas aparentam ser e ao que elas têm, e não dão à mínima no que se passa no coração delas, e isso me da vontade de mudar, esse é o motivo de eu ser tão animada, idiota ou retardada aos olhos dos outros. Eu tento mostrar o que se passa em mim e muitas vezes isso não é visto com bons olhos.

Ninguém percebe que eu sofro por ser discriminada por ser assim, ninguém sabe que eu choro só de pensar que eles podem-me mal interpretar, não percebem que não sou de pedra, que eu também choro mesmo aparentando ser tão convicta e confiante. Não percebem que eu tenho um coração?Acho que não posso falar sobre isso, eu descobri que tinha um há algum tempo. Nem eu mesma sabia que tinha um, o que dirá as pessoas que não me conhecem? Mesmo parecendo que eu estou pouco me fodendo para o que falam de mim, as palavras que são faladas ficam gravadas em mim como uma cicatriz que dói quando encostada. Eu tento ser forte e feliz, mas vejo que o mundo está caindo e me da vontade de desistir. Percebo que ninguém quer amar mais as pessoas ao seu redor, que não se importam com aqueles que não falam com eles – eu me importo, deve ser o meu problema -.

Ninguém sabe que eu vejo as coisas erradas e eu quero acertá-las, não só fisicamente, emocionalmente como espiritualmente. Onde está a fé? Não na Igreja. Ninguém sabe que eu odeio a Igreja, pois ela foi criada pelos homens. Não é pura. Não foi criada por Cristo, Jesus, Maria, por nenhum santo ou exu. Foi criada pelo homem. Eles ditam a regra, te mandam rezar, confessar, ir a missa, dar o dízimo, mas não percebem que Deus não cobra nada, ele te deu livre arbítrio para ser, fazer, viver como bem entender. Não tem nada na Bíblia que te manda ir a Igreja.E quer um pouco da minha sinceridade? Eu também não acredito na Bíblia. Por mais que fale que um anjo veio a sei-lá-quem e proferiu as palavras para escrever a Bíblia, ela ainda foi escrita pelo homem. Há tantas coisas que ela não explica, há tantas coisas faltando, pedaços que não se encaixam e pontas faltando que eu chego a duvidar.

Por isso não acredito na Igreja – em hipótese nenhuma – e acredito um pouco na Bíblia – pois sei que anjos existem -. Eu acredito em Deus. E também na ciência. Pois a religião e a ciência andam juntas, em um mesmo caminho paralelo, mas são explicadas de modos diferentes e no final darão em um mesmo objetivo e todas acreditam na mesma coisa, mesmo sem saber.

Ninguém sabe que eu penso assim. Ninguém sabe como eu me sinto quando estou com que eu gosto de estar, o que se passa por meus pensamentos quando algo me desagrada. O porquê de meu pavor mórbido de me apegar a alguém (Pode não parece, mas eu não estou apegada a nada)

Eu descobri de mim mesma, que eu tenho medo de amar.

Por mais belo e intenso que esse sentimento pareça ser uma hora ele acaba. E todo o lugar que ele preenchia seu coração vai ficar vazio e assim vai doer. Você vai sofrer, sangrar e por final, transbordar e chorar. O sentimento mais perfeito e mais cruel é o amor.
Ele te da um pedaço do Paraíso para você experimentar e você se sente nas nuvens, com mais cor, mais alegria, felicidade, cor. Assim, você sorri de verdade.

Mas tudo o que é bom, tem um preço, uma troca equivalente ou a devolução. Quando ele acaba ou quando ele morre de repente, você perde as nuvens na qual pisava e cai em queda livre, somem às cores, a alegria, a felicidade e isso dói. Pois você não estava preparada pra algo assim, não é? No final, essa dor vai ser só sua, e assim você vai ter que enfrentar sozinha/sozinho. Mesmo que alguém lhe enxugue as lágrimas, seu coração está ferido e lhe fará derramar mais, até que o vazio deixado se cicatrize. Pode cicatrizar um dia, se ele foi amor, pode cicatrizar de um dia para outro, no qual você vê que nunca amou mesmo ou pode nunca sarar e nesse momento perceber, que foi amor de verdade e que você perdeu e que você está sozinho novamente.

É assim que eu penso, é assim que eu ajo. E percebi que ninguém sabe isso de mim.Quando eu percebi tudo isso, eu passei a amar minha solidão e me apegar a escuridão. Há coisas que você não vê a noite, mas vê de dia e a coisas que não se mostram aterrorizantes de dia, mas a noite se torna um pesadelo. Pois isso vivo no crepúsculo (se alguém falar que é livro, é adianto: vai se foder), ele é meio termo, ele é a passagem do dia para noite e mostra os dois lados em um mesmo momento.

Ninguém sabe que eu amo o vermelho-arrebol.

Por que quero mostrar a todos isso? Pois acho que ninguém mas da o valor devido a vida que tem. Percebi que ninguém sabe que se eu dia me juntar a alguém (seja namorado, noivo ou esposo), pelo que me conheço, será só carnal. Não sinto ou quero que nada entre em meu mundo particular, não quero que interfiram em meus pensamentos ou sonhos.

Já pensei em mostrar ao mundo o que sinto, mas tenho medo. Por isso, morrei e levarei isso comigo para o túmulo. Afinal, sou uma humana como outro qualquer.

E por esse maldito medo, meu faço minha capa, construo meu sorriso, tento mostrar a todos o que eu penso, o brilho tépido de meus olhos e rezo, para que um dia, vejam que é de coração.