Tinha uma vez, uma garota que tinha os cabelos compridos, que iam até a metade das costas. Todos diziam que ele era lindo.
Não tinha nenhuma pessoa que ela considerava amigo, e mesmo assim se achava feliz.
Não tinha vida social, e mesmo assim se achava feliz.
Era estranha, não falava, não usava óculos, não andava corcunda, não era nerd, não falava o que tinha vontade de falar, não tinha os olhos claros, não tinha o cabelo loiro, não tinha a pele alva e nem bonita, não gostava de roupas de marca, tinha alergia a gente fresca, era insuportável a menina.
E mesmo assim, se achava feliz.
Ao passar dos anos, ela mesmo viu que ela não era tão feliz quanto achava.
O que ela fez? Se você está esperando que eu diga que ela chorou e entrou em depressão, pode saber que se enganou redondamente.
Cortou o cabelo perto do queixo, ainda não usa óculos, ainda não é nerd, fala palavrão, continua sem os olhos claros, os cabelos loiros (e agora dá graças aos ceus por isso), sua pele continua morena, não é bonita ainda, continua com alergia a coisas de marca, em gente fresca agora ela bate, está mais insuportável que antes.
Mais agora, ela sai mais de casa, tem amigos em todo o canto. Não que ela os considere “amigos para sempre”, mais ainda são seus amigos.
E agora ela não acha.
Ela é feliz.